O Sporting de Varandas com Amorim

Frederico Varandas é um bom presidente?

“O Sporting Clube de Portugal não tem um projeto desportivo, tem um treinador.”
Sofia Oliveira

Ruben Amorim chegou ao clube com uma época praticamente a terminar. Durante esses parcos meses, estudou os jogadores mas também aquilo a que habitualmente se denomina como estrutura. Irmanado com Hugo Viana, o diretor desportivo, traçou um plano de limpeza e reestruturação global. Este plano e tudo o que adveio nos dois anos seguintes, teve a bênção de Frederico Varandas. Só para dar um exemplo, ficou definido que a única pessoa por quem passaria toda a comunicação referente ao futebol, estaria a cargo de Ruben Amorim. Aqui e ali, aconteceram uns devaneios sobretudo de Varandas, mas nada de alarmante, nada que perigasse aquilo que o treinador estava a construir.

Entre os três, ficou também acordado que as vendas, dispensas e aquisições de passes de jogadores, passariam numa primeira instância pelo acordo de Amorim. O Sporting, como qualquer outro clube português, tem forçosamente de no fim de cada época, realizar encaixes financeiros com vendas de jogadores, pelo que, Ruben entendeu que se planeassem essas vendas para que, assim que concretizadas, já tivessem em carteira alvos definidos para substituir aqueles que os iriam sair. Isto correu muito bem até à venda de Matheus Nunes.

O que aconteceu neste caso particular?

A resposta é simples mas, no mínimo, chocante. Era sabido que Matheus era um dos mais cobiçados jogadores às ordem de Amorim, e, por outro lado, que era aquele que este mais queria manter no seu plantel. Assim sendo, Varandas terá garantido a Amorim que ele permaneceria no Sporting mais uma época. Para que tal acontecesse, Amorim abriu mão de Palhinha, outra das suas joias.

Aconteceu então uma proposta do Wolverhampton e Varandas preparava-se para a aceitar. Não sabemos se por mote próprio ou se por influência de Amorim, o jogador recusou-a. Não foi a direção do Sporting, foi o próprio jogador que disse não. O mesmo aconteceu na proposta seguinte, esta do West Ham.

Depois, foi garantido a Amorim que vendendo Bruno Tabata seria suficiente para que os cofres ficassem suficientemente abastecidos. À justa (“nem mais um euro”), mas ninguém mais sairia nem entraria. Ruben Amorim concordou com isto.

Depois veio a bomba. O Wolverhampton fez nova proposta com melhores condições para o Sporting, mas sobretudo com um considerável aumento nos salários a serem pagos a Matheus Nunes.

[Aqui, uma nota que não nos foi possível confirmar: fala-se que na época 2023/24 Matheus Nunes estará garantido num clube inglês de top. Manchester City? Liverpool? Como referi, não nos foi de todo possível ter a confirmação que este acordo exista e a existir, qual o clube. Uma coisa é certa: dois dias antes do Wolverhampton avançar, o Liverpool fez saber que tinha deixado de estar interessado em Matheus Nunes. Com alguma imaginação poder-se-há fazer a pergunta: terão os “reds” preferido deixar o jogador entrar na liga inglesa noutro clube e provar aí que as suas capacidades se adequam a uma prova com a exigência da Premier e em caso afirmativo levá-lo para as suas fileiras? Como disse, é especulativo.]

Continuando: Frederico Varandas não terá informado Ruben Amorim desta transação.

Também não podemos garantir como foi que este ficou a saber. Provavelmente por Hugo Viana, seu amigo pessoal. O que sabemos e faz todo o sentido, é que este modo de procedimento se enquadra perfeitamente na personalidade de Varandas. Senão vejamos: ele tem um daqueles egos grandes numa pessoa pequena. Este tipo de gente não lida bem com o sucesso e o brilho dos outros, sobretudo quando esse brilho os ofusca. Ter sido campeão há dois anos elevou-o ao mítico presidente que conseguiu levar o clube ao título 19 anos depois. A partir daí, todo e qualquer sucesso do SCP seria atribuído quase em exclusividade a Ruben Amorim. Por outro lado, é valente quando os alvos são fáceis. Exemplo mor, os seus ataques a Pinto da Costa, quiçá a pessoa com mais telhados de vidros no futebol português. Também não esqueçamos o “filma a fivela, filma a fivela”.

E agora?

Uma coisa é certa: a relação de confiança que antes existia, quebrou-se. A partir daqui, Hugo Viana tentará ser o malabarista que equilibra os pratos. Até quando conseguirá fazê-lo é uma incógnita. Se não o conseguir e tudo cair ao chão, obviamente que, numa primeira instância, a parte mais fraca é Amorim. O outro é presidente.

Acreditamos que, dada a sua teimosia, Ruben irá querer continuar - já o afirmou depois do jogo no dragão -, mas todos temos os nossos limites e acreditamos que outra como esta ou semelhante, possa fazer com que Amorim deixe o Sporting.

Para finalizar, uma garantia e uma pergunta.
- Daqui para a frente nada irá ser como antes.
- O que será do Sporting com Varandas e sem Ruben Amorim?

Voltaremos a este assunto.
Obrigado por lerem,
Foot 

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